quarta-feira, 23 de junho de 2010

Espelho, espelho meu

Após algum tempo afastado do blog (afastamento ocasionado mais por comodismo do que por necessidades importantes), resolvi voltar com minhas postagens. Desde já, obrigado aos amigos e seguidores que tanto apoiou a volta e aguardou pela postagem de hoje. Na mesma proporção de agradecimento, peço desculpas caso não consiga suprir a expectativa de vocês. Vale ressaltar que sou um futuro engenheiro, e não um mestre unânime da lingua portuguesa.

Estamos em época de Copa do Mundo. Em um campo de futebol há esperanças e vibrações de uma nação apostando em seus 11 representantes. São estes os homens que atualmente a grande maioria tem se espelhado e chamado de ídolos.
Assim como no futebol, existem "espelhos e esperanças" na tela de um cinema e no palco de um mega show.
Mas qual a real necessidade em se ter alguem a quem chamarmos de ídolos?

De acordo com a ABNT, a definição da palavra "ídolo" se aplica a uma "figura ou estátua que representa uma divindade que se adora. Pessoa à qual se prodigam louvores excessivos ou que se ama apaixonadamente: ele é o ídolo da juventude. Diz-se de certas figuras que desfrutam de grande popularidade (artistas de cinema, cantores populares, jogadores de futebol etc.)."

A expressão e paixão por ídolos são evidentes na história desde a época em que os primeiros ídolos eram os deuses, dotados cada um de poder e um status perante os chamados "pobres mortais". Com o decorrer do tempo e a chegada do capitalismo, novos ídolos foram se formando e, com as mesmas características humanas que os demais, adquirem a popularidade, a fama e a idolatria das demais pessoas. Ícones como Marilyn Monroe, Michael Jackson e Madonna fizeram, e ainda fazem, parte da história e da cultura pop mundial.

Cada geração possui seu ídolo, e essa característica decorre da necessidade de cada geração. Se para os jovens da década de 1980 a cantora pop Madonna era tida como ícone mundial do Pop feminino, adolescentes de 1990 e da década de 2000 se renderam às trancinhas e ao colegial da cantora Britney Spears (que mesmo não sendo definitivamente uma "cantora", consegue arrancar suspiros e merece o status que tem diante de tantas fases enfrentadas e superadas). Afinal de contas, qual adolescente de 1980 não aplaudiu Madonna com suas performances? E qual fã de Britney Spears (me enquadro entre os tais) não se alegrou com sua "volta por cima" depois de tantas dificuldades?

Para a grande maioria da juventude alguns ídolos estão mais presentes no seu cotidiano do que a própria família. Amizades, relacionamentos e definições de personalidade são fatores decorrentes dessa paixão que se tem pelo ídolo em si.

Algumas pessoas se prendem aos ídolos e dedicam exclusivamente seu tempo aos mesmos. Esquecem da vida pessoal, e seus sonhos e objetivos são projetados diante da sua "divindade maior". Outras encontram em seus ídolos apenas uma forma de traduzir ou espelhar aquilo que elas acreditam como verdade. Há um enorme abismo entre dedicar exclusivamente ao seu "deus maior" e encontrar nele características que se acredita importantes para viver.

Se temos como base o pensamento do poeta inglês John Donne ("Ninguém é uma ilha em si mesmo"), precisamos estar unidos a outras pessoas, outros espelhos. É para isso que serve os ídolos. Para que possamos nos espelhar em suas atitudes e verdades, e usarmos das mesmas para sermos pessoas em prol de um mundo melhor.

Independente da forma com a qual o ídolo é visto diante de seu fã, e principalmente diante da sociedade, é considerável importante que cada pessoa tenha alguém a quem se espelhar. Seja um artista de cinema, um cantor de qualquer estilo musical ou simplesmente um amigo.
O importante é ter alguém a quem se possa admirar.

2 comentários:

Mayara Lucena disse...

muito bom Herbert, sempre que possível estarei "caminhando" por aqui. Beijo.

Meyre Correia disse...

Seu texto traduz a verdadeira face de um fã, fã mesmo, não aqueles esterismos momentâneos, que se houver um afastamento por parte do "ídolo" da vida pública, ele já não é mais o ídolo, é apenas mais um, mais um que um dia foi modismo, mas, não passou disso.
E o que mais eu gostei do texto, é que quebra, quebra esse rótulo de que ser fã, é ser idiota.