Folha em branco. As mãos seguram uma caneta e o corretivo ou borracha já não fazem parte desse momento. É hora de iniciar um novo capítulo da melhor história que alguem poderá ler. Nessa história, outros capítulos já foram escritos, mas esse que está sendo produzido é único e pode ser diferente de tudo o que já foi lido anteriormente.
É um mega espetáculo. A platéia está lotada e existem pessoas com todas as expectativas para a peça. Há quem deseja que o protagonista viva, vença, seja o melhor de todos. Há quem torce, vibra, pula e faz promessa para que essa peça seja uma tragédia. Mas independente da platéia, quem decide o final do espetáculo é o roteirista. E é o próprio quem protagoniza o texto sendo escrito.
Como dito antes, não há borrachas. Ele não pode apagar o que já foi feito. Mas há uma folha totalmente em branco. Uma nova oportunidade para escrever a sua história. A cada dia ele ganha uma folha para escrever e decidir o destino do seu personagem. Mas agora não há só uma folha. Há um monte de folhas para completar o lindo e magnífico livro que está sendo escrito diariamente.
Para que esse livro contenha a melhor história já escrita, o roteirista/protagonista precisa aprender que ele não precisa ser influenciado pela platéia. Ele precisa aprender que há vários caminhos que sua história poderá tomar e que para o "happy end" acontecer depende exclusivamente de suas decisões.
Nessa história ele contará com outros personagens secundários. Há mocinhos e mocinhas, bruxas e vilões. Há quem estará ali com ele em todas as cenas da peça, seja atuando ativamente ou seja apenas na memória e no coração. Esses personagens secundários transmitem alegria, tristeza, força, desânimo, apoio, descaso ao nosso protagonista... Mas cabe a ele, mais uma vez, filtrar as emoções que ele quer para sua próxima cena.
E assim, no final do expetáculo, a platéia poderá dizer que foi a melhor história já encenada em um palco chamado "mundo", que fica exatamente no centro do teatro chamado "vida".
Acabamos de receber nossas folhas em branco e somos os diretores, protagonistas, roteiristas da história que temos pela frente. Cabe a cada um de nós escolher se haverá aplausos ou insultos da enorme platéia que aguarda anciosamente pela nossa apresentação naquele mesmo palco, naquele mesmo teatro.
Luz, câmera, ação!
O espetáculo vai começar!!!
Feliz 2010 a todos!